Foram publicadas nesta quarta-feira (16), as demissões dos investigadores da Polícia Civil Ciro Dantas e Rodrigo Nunes Roque. Os dois foram presos em julho de 2023 por suspeita de peculato, mas acabaram sendo absolvidos da acusação quatro meses depois. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida pelos desembargadores da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado e é assinada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Videira. No texto não é detalhado o motivo, mas relata que ambos os servidores passaram por PAD (Processo Administrativo Disciplinar) e foram excluídos do quadro permanente da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). Segundo o texto, eles foram demitidos por cometerem infrações graves como “negligência, desleixo ou omissão, atos que comprometam a dignidade da função policial e prática de atos que afetem a honra ou disciplina”. O Campo Grande News procurou o secretário e a defesa dos acusados para saber se a determinação tem relação com o caso de peculato onde são acusados de desviar carga de cigarros contrabandeados do Paraguai. À reportagem, o advogado Márcio Messias Oliveira Sandim explicou que ainda não foi formalmente notificado sobre a decisão. "A Banca Jurídica Márcio Sandim Advogados faz a defesa deles, e logo após sermos notificados, iremos tomar as medidas cabíveis em relação a recursos cabíveis. Temos decisões conflitantes entre judiciário e administrativo e iremos recorrer com toda certeza", afirmou Márcio. A reportagem agora aguarda o retorno do secretário. Relembre – No dia 4 de julho de 2023, Ciro e Rodrigo foram presos pela suspeita do desvio da carga apreendida em Vista Alegre, distrito de Maracaju, cidade a 160 quilômetros de Campo Grande, no dia 29 de junho daquele ano. O contrabandista Alexandre Leite do Nascimento foi quem acionou a PM (Polícia Militar) no dia da prisão, ao ver os carros que foram apreendidos com a carga com entrando em um barracão no Bairro Universitário. No local ele relatou que os investigadores, lotados na Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) foram os responsáveis pelo recolhimento do contrabando. Rodrigo estava saindo do barracão em um Fiat Punto e foi identificado pelo contrabandista. Ciro estava dentro do imóvel junto com William Cícero Siqueira Ferreira onde estavam os veículos de Alexandre lotados de cigarros. Todos os envolvidos foram levados para a delegacia. Os dois investigadores chegaram a ser afastados a função no dia 12 de julho daquele ano. Um PAD foi instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil e também uma ação onde foram denunciados pelo MP. O caso foi julgado e os servidores acabaram absolvidos em novembro de 2023 e retornaram ao serviço um mês depois. Em julho do ano passado o MP entrou com recurso de apelação pedindo a reforma da sentença para que os dois fossem condenado, porém, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal mantiveram a absolvição de Ciro e Rodrigo. A decisão é de novembro de 2024. O caso transitou em julgado no dia 10 de dezembro do mesmo ano. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
